segunda-feira, 16 de março de 2009

A cozinha Angolana

A cozinha Angolana é muito semelhante à Portuguesa, talvez um pouco mais condimentada. A Galinha é o prato do dia, é a carne que mais se come, é impressionante, existe de tudo com galinha. Existem também alguns pratos típicos, como por exemplo o funge e o mufete. O funge é uma espécie de massa, tipo uma papa, e existem diversos tipos de funge, dependendo do tipo de massa com que é feito ou da carne/peixe que acompanha. O mufete é peixe acompanhado com feijão em óleo de palma, banana pão, batata doce, e farinha mandioca.

Claro que existe a parte higiénica da questão. Não contando, com as poucas superfícies comerciais existentes, não vês talhos e peixarias, e a generalidade da carne e peixe são vendidos na rua, e passam todo dia a apanhar sol, pó, etc, e para perceberes qual o tipo de carne ou peixe aquilo é, tens que pedir às senhoras que sacudam o manto de moscas que os cobre, e, se fores rápido, enquanto as moscas levantam e pousam consegues ver o que estava lá de baixo.

Começas a pensar de onde vem a comida que te colocam á frente, principalmente a que costumo comer ao almoço que vem de umas barracas, que para terem uma pequena ideia destes espaços, quando chove formam-se umas lagoas ao pé destas barracas , e os carros ao passarem criam uma onda de água que entra pela barraca dentro e as pessoas têm de levantar os pés durante algum tempo até a água voltar para a rua.

Nós optamos sempre por mandar sempre alguém comprar a comida e comemos no nosso local de trabalho, até porque existe aquela máxima que diz “o que o coração não vê, o coração não sente”, e se pensares que, “o que não mata…engorda”, e rezares um pouco para que a comida tenha sido bem cozida, então não há “maka”, e umas diarreias depois… já marcha tudo!

A parte engraçada é quando recebemos visitas no nosso local de trabalho, e como pessoas educadas que somos…atchim… convidamos sempre para almoçarem connosco, nem é preciso dizer que elas aceitam prontamente…até que descobrem a proveniência da comida, nesta altura, acontece sempre algo que os impede de ficar, e temos tido o “azar” de acabar sempre a jantar sozinhos.

Claro que isto aqui era um festim para a asae e durante algum tempo torces o nariz e andas cheio de cuidados mas, algum tempo depois e atendendo às circunstâncias do sitio onde te encontras, já nem reparas, e sinceramente tenho achado a comida saborosa.

É óbvio que se não apanhar uma disenteria é uma sorte, mas de fome não morro…